Oxum
FRATERNIDADE E LUZ
Oxum
Nome de um rio em Oxogbô,
região da Nigéria, em Ijexá. É ele considerado a morada mítica da Orixá. Apesar
de ser comum a associação entre rios e Orixás femininos da mitologia africana,
Oxum é destacada como a dona da água doce e, por extensão, de todos os rios.
Portanto seu elemento é a água em discreto movimento nos rios, a água
semiparada das lagoas não pantanosas, pois as predominantemente lodosas são
destinadas à Nanã e, principalmente as cachoeiras são de Oxum, onde costumam
ser-lhe entregues as comidas rituais votivas e presentes de seus
filhos-de-santo.
Oxum domina os rios e as
cachoeiras, imagens cristalinas de sua influência: atrás de uma superfície
aparentemente calma podem existir fortes correntes e cavernas profundas.
Oxum é conhecida por sua
delicadeza. As lendas adornam-na com ricas vestes e objetos de uso pessoal
Orixá feminino, onde sua imagem é quase sempre associada a maternidade, sendo
comum ser invocada com a expressão "Mamãe Oxum". Gosta de usar
colares, jóias, tudo relacionado à vaidade, perfumes, etc.
Filha predileta de Oxalá e
Yemanjá. Nos mitos, ela foi casada com Oxossi, a quem engana, com Xangô, com
ogum, de quem sofria maus tratos e xangô a salva.
Seduz Obaluaiê, que fica perdidamente
apaixonado, obtendo dele, assim, que afaste a peste do reino de Xangô. Mas Oxum
é considerada unanimente como uma das esposas de xangô e rival de Iansã e Obá.
Segunda mulher de Xangô,
deusa do ouro (na África seu metal era o cobre), riqueza e do amor, foi rainha
em Oyó, sendo a sua preferida pela jovialidade e beleza.
À Oxum pertence o ventre da
mulher e ao mesmo tempo controla a fecundidade, por isso as crianças lhe
pertencem. A maternidade é sua grande força, tanto que quando uma mulher tem dificuldade
para engravidar, é à Oxum que se pede ajuda. Oxum é essencialmente o Orixá das
mulheres, preside a menstruação, a gravidez e o parto. Desempenha importante
função nos ritos de iniciação, que são a gestação e o nascimento. Orixá da
maternidade, ama as crianças, protege a vida e tem funções de cura.
Oxum mostrou que a menstruação,
em vez de constituir motivo de vergonha e de inferioridade nas mulheres, pelo
contrário proclama a realidade do poder feminino, a possibilidade de gerar filhos.
Fecundidade e fertilidade
são por extensão, abundância e fartura e num sentido mais amplo, a fertilidade
irá atuar no campo das idéias, despertando a criatividade do ser humano, que
possibilitará o seu desenvolvimento. Oxum é o orixá da riqueza - dona do ouro,
fruto das entranhas da terra. É alegre, risonha, cheia de dengos, inteligente,
mulher-menina que brinca de boneca, e mulher-sábia, generosa e compassiva,
nunca se enfurecendo. Elegante, cheia de jóias, é a rainha que nada recusa,
tudo dá. Tem o título de iyalodê entre os povos iorubá: aquela que comanda as
mulheres na cidade, arbitra litígios e é responsável pela boa ordem na feira.
Oxum tem a ela ligado o
conceito de fertilidade, e é a ela que se dirigem as mulheres que querem
engravidar, sendo sua a responsabilidade de zelar tanto pelos fetos em gestação
até o momento do parto, onde Iemanjá ampara a cabeça da criança e a entrega aos
seus Pais e Mães de cabeça. Oxum continua ainda zelando pelas crianças
recém-nascidas, até que estas aprendam a falar.
É o orixá do amor, Oxum é
doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do seu mel, seu
encanto e para tanto lhe agradam oferecendo perfumes e belos artefatos, tudo
para satisfazer sua vaidade. Na mitologia dos orixás ela se apresenta com
características específicas, que a tornam bastante popular nos cultos de origem
negra e também nas manifestações artísticas sobre essa religiosidade. O orixá
da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para conquistar os
prazeres da vida e realizar proezas diversas. Amante da fortuna, do esplendor e
do poder, Oxum não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que
através de atos extremos contra quem está em seu caminho. Ela lança mão de seu
dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e a mais reverenciada.
Seu maior desejo, no entanto é ser amada, o que a faz correr grandes riscos,
assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este
orixá é tanto uma brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a frágil
e sensual ninfa amorosa. Determinação, malícia para ludibriar os inimigos,
ternura para com seus queridos, Oxum é, sobretudo a deusa do amor.
O Orixá amante ataca as
concorrentes, para que não roubem sua cena, pois ela deve ser a única capaz de
centralizar as atenções. Na arte da sedução não pode haver ninguém superior a
Oxum. No entanto ela se entrega por completo quando perdidamente apaixonada
afinal o romantismo é outra marca sua. Da África tribal à sociedade urbana
brasileira, a musa que dança nos terreiros de espelho em punho para refletir
sua beleza estonteante é tão amada quanto à divina mãe que concede a valiosa
fertilidade e se doa por seus filhos. Por todos seus atributos a belíssima Oxum
não poderia ser menos admirada e amada, não por acaso a cor dela é o reluzente
amarelo ouro, pois como cantou Caetano Veloso, “gente é pra brilhar”, mas Oxum
é o próprio brilho em orixá.
A face de Oxum é esperada
ansiosamente por sua mãe, que para engravidar leva ebó (oferenda) ao rio. E tal
desespero não é o de Iemanjá ao ver sua filhinha sangrar logo após nascer. Para
curá-la a mãe mobiliza Ogum, que recorre ao curandeiro Ossãe, afinal a primeira
e tão querida filha de Iemanjá não podia morrer. Filha mimada, Oxum é guardada
por Orumilá, que a cria.
Nanã é a matriarca velha,
ranzinza, avó que já teve o poder sobre a família e o perdeu, sentindo-se
relegada a um segundo plano. Iemanjá é a mulher adulta e madura, na sua
plenitude. É a mãe das lendas – mas nelas, seus filhos são sempre adultos. Apesar de não ter a idade de Oxalá (sendo a
segunda esposa do Orixá da criação, e a primeira é a idosa Nanã), não é jovem. É
a que tenta manter o clã unido, a que arbitra desavenças entre personalidades
contrastantes, é a que chora, pois os filhos adultos já saem debaixo de sua asa
e correm os mundos, afastando-se da unidade familiar básica.
Para Oxum, então, foi
reservado o posto da jovem mãe, da mulher que ainda tem algo de adolescente,
coquete, maliciosa, ao mesmo tempo em que é cheia de paixão e busca
objetivamente o prazer. Sua responsabilidade em ser mãe se restringe às crianças
e bebês.Começa antes, até, na própria fecundação, na gênese do novo ser, mas não
no seu desenvolvimento como adulto. Oxum também tem como um de seus domínios, a
atividade sexual e a sensualidade em si, sendo considerada pelas lendas uma das
figuras físicas mais belas do panteão místico Iorubano.
Sua busca de prazer implica
sexo e também ausência de conflitos abertos – é dos poucos Orixás Iorubas que
absolutamente não gosta da guerra.
Tudo que sai da boca dos
filhos da Oxum deve ser levado em conta, pois eles têm o poder da palavra,
ensinando feitiços ou revelando presságios.
Desempenha importante papel
no jogo de búzios, pois à ela quem formula as perguntas que Exú responde.
No
Candomblé, quando Oxum dança traz na mão uma espada e um espelho, revelando-se
em sua condição de guerreira da sedução. Ela se banha no rio, penteia seus
cabelos, põe suas jóias e pulseiras, tudo isso num movimento lânguido e
provocante.
Características
Cor
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Azul (Em
algumas casas: Amarelo)
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Fio de Contas
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Cristal azul. (Em
algumas casas: Amarelo)
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Ervas
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Colônia,
Macaçá, Oriri, Santa Luzia, Oripepê, Pingo D’água, Agrião, Dinheiro em Penca,
Manjericão Branco, Calêndula,Narciso; Vassourinha, Erva de Santa Luzia, e
Jasmim (Estas últimas três não servem
para banhos) (Em algumas
casas: Erva Cidreira, Gengibre, Camomila,
Arnica, Trevo Azedo ou grande, Chuva de Ouro, Manjericona, Erva Sta. Maria). |
Símbolo
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Coração
ou cachoeira
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Pontos da Natureza
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Cachoeira
e rios (calmos)
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Flores
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Lírio,
rosa amarela.
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Essências
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Lírio,
rosa.
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Pedras
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Topázio
(amarelo e azul).
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Metal
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Ouro
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Saúde
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Órgãos
reprodutores (femininos), coração.
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Planeta
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Vênus
(Lua)
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Dia da Semana
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Sábado
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Elemento
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Água
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Chakra
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Umbilical
(Frontal)
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Saudação
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Ai-ie-iô
(ou Ora Ieiêô)
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Bebida
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Champanhe
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Animais
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Pomba
Rola.
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Comidas
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Omolocum.
Ipeté. Quindim (Em algumas casas:
banana frita, moqueca de peixe e pirão feito com a cabeça do peixe)
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Numero
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5
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Data Comemorativa
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8
de dezembro
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Sincretismo:
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Nossa
Senhora Da Conceição, Nossa Senhora Da Aparecida, Nossa Senhora Da Fátima,
Nossa Senhora Da Lourdes, Nossa Senhora Das Cabeças, Nossa Senhora De Nazaré.
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Incompatibilidades:
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abacaxi, barata
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Qualidades:
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Apará,
Ijimum, Iápondá, Ifé, Abalu, Jumu, Oxogbo, Ajagura, Yeye Oga, Yeye Petu, Yeye
Kare, Yeye Oke, Yeye Oloko, Yeye
Merin, Yeye Àyálá, Yeye Lokun, Yeye Odo
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Atribuições
Ela estimula a união
matrimonial, e favorece a conquista da riqueza espiritual e a abundância
material. Atua na vida dos seres estimulando em cada um os sentimentos de amor,
fraternidade e união.
As Características
Dos Filhos De Oxum
Os filhos de Oxum amam
espelhos, jóias caras, ouro, são impecáveis no trajar e não se exibem
publicamente sem primeiro cuidar da vestimenta, do cabelo e, as mulheres, da
pintura.
As pessoas de Oxum são
vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas,
tudo que se relaciona com a beleza.
Talvez ninguém tenha sido
tão feliz para definir a filha de Oxum como o pesquisador
da religião africana, o francês
Pierre Verger, que escreveu: "o arquétipo de Oxum é das
mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias,
perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolo do
charme e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que as
de Iansã. Elas evitam chocar a opinião publica, á qual dão muita importância.
Sob sua aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um
grande desejo de ascensão social".
Os filhos de Oxum são mais
discretos, pois, assim com apreciam o destaque social, temem os escândalos ou
qualquer coisa que possa denegrir a imagem de inofensivos, bondosos, que
constroem cautelosamente. A imagem doce, que esconde uma determinação forte e
uma ambição bastante marcante.
Os filhos de Oxum têm tendência
para engordar; gostam da vida social, das festas e dos prazeres em geral.
Gostam de chamar a atenção do sexo oposto.
O sexo é importante para os
filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida sExúal intensa e significativa, mas
diferente dos filhos de Iansã ou Ogum. Representam sempre o tipo que atrai e
que é, sempre perseguido pelo sexo oposto. Aprecia o luxo e o conforto, é
vaidoso, elegante, sensual e gosta de mudanças, podendo ser infiel. Despertam
ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas.
Na verdade os filhos de Oxum
são narcisistas demais para gostarem muito de alguém que não eles próprios, mas
sua facilidade para a doçura, sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam
os seres mais apaixonados e dedicados do mundo. São boas donas de casa e
companheiras.
São muito sensíveis a
qualquer emoção, calmos, tranqüilos, emotivos, normalmente têm uma facilidade
muito grande para o choro.
O arquétipo psicológico
associado a Oxum se aproxima da imagem que se tem de um rio, das águas que são
seu elemento; aparência da calma que pode esconder correntes, buracos no fundo,
grutas tudo que não é nem reto nem direto, mas pouco claro em termos de forma,
cheio de meandros.
Faz parte do tipo, uma certa
preguiça coquete, uma ironia persistente, porém discreta e, na aparência,
apenas inconseqüente. Pode vir a ser interesseiro e indeciso, mas seu maior
defeito é o ciúme. Um dos defeitos mais comuns associados à superficialidade de
Oxum é compreensível como manifestação mais profunda: seus filhos tendem a ser
fofoqueiros, mas não pelo mero prazer de falar e contar os segredos dos outros,
mas porque essa é a única maneira de terem informações em troca.
É muito desconfiado e
possuidor de grande intuição que muitas vezes é posta à serviço da astúcia,
conseguindo tudo que quer com imaginação e intriga. Os filhos de Oxum preferem
contornar habilmente um obstáculo a enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o
movimento do rio, quando a água contorna uma pedra muito grande que está em seu
leito, em vez de chocar-se violentamente contra ela, por isso mesmo, são muito
persistentes no que buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando
mesmo a ser incrivelmente teimosos e obstinados.
Entretanto, ás vezes,
parecem esquecer um objetivo que antes era tão importante, não se importando
mais com o mesmo. Na realidade, estará agindo por outros caminhos, utilizando
outras estratégias.
Oxum é assim: bateu, levou.
Não tolera o que considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza,
da fragilidade à força, com toque feminino de bondade
Cozinha
ritualística
Omolocum
Feijão fradinho cozido,
passado no azeite de dendê com salsa picada e camarão seco também picado ou
ralado. Coloca-se em tigela de louça branca, acrescentando de ovos cozidos por
cima.
Com canjica
branca
Canjica branca cozida em água
pura sem sal e feijão fradinho cozido em água pura sem sal. Coloca-se, numa
tigela de louça branca, uma camada de canjica, uma camada de feijão fradinho e,
por cima, 3 ovos cozidos cortados em rodelas.
Lendas
de Oxum
Como Oxum
Conseguiu Participar Das Reuniões Dos Orixás Masculinos
Logo que todos os Orixás chegaram à terra,
organizavam reuniões das quais mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada
por não poder participar das reuniões e das deliberações, resolve mostrar seu
poder e sua importância tornando estéreis todas as mulheres, secando as fontes,
tornando assim a terra improdutiva. Olorum foi procurado pelos Orixás que
lhe explicaram que tudo ia mal na terra, apesar de tudo que faziam e
deliberavam nas reuniões. Olorum perguntou a eles se Oxum participava das
reuniões, foi quando os Orixás lhe disseram que não. Explicou-lhes então, que
sem a presença de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, nada iria dar certo.
Os Orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos e reuniões, e
depois de muita insistência, Oxum resolve aceitar. Imediatamente as mulheres
tornaram-se fecundas e todos os empreendimentos e projetos obtiveram resultados
positivos. Oxum é chamada Iyalodê (Iyáláòde), título conferido à pessoa que ocupa
o lugar mais importante entre as mulheres da cidade.
Como Oxum
Criou O Candomblé
Foi de Oxum a delicada
missão dada por Olorum de religar o orum (o céu) ao aiê (a terra) quando da
separação destes pela displicência dos homens. Tamanho foi o aborrecimento dos
orixás em não poder mais conviver com os humanos que Oxum veio ao aiê (a terra)
prepará-los para receber os deuses em seus corpos. Juntou as mulheres,
banhou-as com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de Ecodidé (um
pássaro sagrado), enfeitou seus colos com fios de contas coloridas, seus pulsos
com idés (pulseiras), enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E
eles vieram. Dançaram e dançaram ao som dos atabaques e xequerês. Para alegria
dos orixás e dos humanos estava inventado o Candomblé.
Oxum É
Destemida Diante Das Dificuldades Enfrentadas Pelos Seus
1. Ela usa sua sensualidade
para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o mel, seduzindo
Ogum até que ele volte a produzir os instrumentos para a agricultura. Assim a
cidade fica livre da fome e miséria.
2. Oxum enfrenta o perigo
quando Olorum, Deus supremo, ofendido pela rebeldia dos orixás, prende a chuva
no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se abatam sobre o aiê (a Terra).
Transformada em pavão, Oxum voa até o deus maior levando um ebó, para suplicar
ajuda. No caminho ela não hesita em repartir os ingredientes da oferenda com o
velho Oxalufã e as crianças que encontra. Mesmo tornando-se abutre pelo calor
do sol, que lhe queima, enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olorum. E
consegue seu objetivo pela comoção de Olorum.
3. Oxalá tem seu cajado jogado
ao mar e a perna ferida por Iansã. Oxum vem para ajudar o velho, curando-o e
recuperando seu pertence. Ela é adorada por Oxalá.
4. Com grande compaixão, Oxum intercede
junto a Olorum para que ele ressuscite Obaluaiê, em troca do doce mel da bela
orixá.
5. E ela garante a vida alheia
também ao acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio por seu pai. Oxum
cuida da recém-nascida, a querida Oiá.
A Riqueza De
Oxum
Com suas jóias, espelhos e
roupas finas, Oxum satisfaz seu gosto pelo luxo. Ambiciosa, ela é capaz de
geniais estratagemas para conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de
Oxalá e lá começa a fazer escândalo, caluniando-o aos berros, até receber dele a
fortuna desejada para então se calar. E assim Oxum torna-se "senhora de
tanta riqueza como nenhuma outra Yabá (Orixá feminino) jamais o fora".
Os Amores De
Oxum
Oxum luta para conquistar o amor de Xangô e
quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu amado.
Ela livra seu querido Oxossi
do perigo e entrega-lhe riqueza e poder para que se torne Alaketu, o rei da
cidade de Ketu.
Oxum provoca disputa
acirrada entre dois irmãos por seu amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos
e poderosos, o tipo preferido por ela. Xangô é seu marido, mas independente
disso, se um dos dois irmãos não a trata bem, o outro se sente no direito de
intervir e conquistá-la. Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve
ser tratada como uma rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida,
tudo a seu gosto. A beleza é o maior trunfo do orixá do amor. Como esposa de
Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está sempre atenta para
manter-se a mais amada.
Como Oxum
Conseguiu O Segredo Do Jogo De Búzios
Oxum queria saber o segredo
do jogo de búzios que pertencia a Exú e este não queria lhe revelar. Oxum foi
procurá-lo. Ao chegar perto do reino de Exú, este desconfiado perguntou-lhe o
que queria por ali, que ela deveria embora e que ele não a ensinaria nada. Ela
então o desafia a descobrir o que tem entre os dedos. Exú se abaixa para ver
melhor e ela sopra sobre seus olhos um pó mágico que ao cair nos olhos de Exú o
cega e arde muito. Exú gritava de dor e dizia;
- Eu não enxergo nada, cadê meus búzios?
Oxum fingindo preocupação, respondia:
- Búzios? Quantos são eles?
- Dezesseis, respondeu Exú, esfregando os olhos.
- Ah! Achei um, é grande!
- É Okanran, me dê ele.
- Achei outro, é menorzinho!
- É Eta-Ogundá, passa pra cá...
E assim foi até que ela
soube todos os segredos do jogo de búzios, Ifá o Orixá da adivinhação, pela
coragem e inteligência da Oxum, resolveu-lhe dar também o poder do jogo e dividí-lo
com Exú.
Conta-nos outra lenda, que para aprender os segredos e mistérios da arte da adivinhação, Oxum, foi procurar Exú. Exú, muito matreiro, falou à Oxum que lhe ensinaria os segredos da adivinhação, mas para tanto, ficaria Oxum sobre os domínios de Exú durante sete anos, passando, lavando e arrumando a casa do mesmo, em troca ele a ensinaria.
E, assim foi feito, durante
sete anos Oxum foi aprendendo a arte da adivinhação que Exú lhe ensinará e
conseqüentemente, cumprindo seu acordo de ajudar nos afazeres domésticos na
casa de Exú. Findando os sete anos, Oxum e Exú, tinham se apegado bastante pela
convivência em comum, e Oxum resolveu ficar em companhia desse Orixá. Em um
belo dia, Xangô que passava pelas propriedades de Exú, avistou aquela linda
donzela que penteava seus lindos cabelos a margem de um rio e de pronto agrado,
foi declarar sua grande admiração para com Oxum. Foi-se a tal ponto que Xangô,
viu-se completamente apaixonado por aquela linda mulher, e perguntou se não
gostaria de morar em sua companhia em seu lindo castelo na cidade de Oyó. Oxum
rejeitou o convite, pois lhe fazia muito bem a companhia de Exú. Xangô então
irritado e contrariado, seqüestrou Oxum e levou-a em sua companhia,
aprisionando-a na masmorra de seu castelo. Exú, logo de imediato sentiu a falta
de sua companheira e saiu a procurar, por todas as regiões, pelos quatro cantos
do mundo sua doce pupila de anos de convivência. Chegando nas terras de Xangô,
Exú foi surpreendido por um canto triste e melancólico que vinha da direção do
palácio do Rei de Oyó, da mais alta torre. Lá estava Oxum, triste e a chorar
por sua prisão e permanência na cidade do Rei. Exú, esperto e matreiro,
procurou a ajuda de Orumilá, que de pronto agrado lhe cedeu uma poção de
transformação para Oxum desvencilhar-se dos domínios de Xangô. Exú, através da
magia pode fazer chegar as mãos de sua companheira a tal poção. Oxum tomou de
um só gole a poção mágica e transformou-se em uma linda pomba dourada, que voou
e pode então retornar em companhia de Exú para sua morada.
Você Aprendeu:
Sobre
a Orixá Oxum; As principais características de Oxum; Quais suas atribuições; As
características dos filhos de Oxum; As comidas oferecidas à Oxum; Algumas
Lendas de Oxum.
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