Cangaceiros
FRATERNIDADE E LUZ
Antigamente o sertão nordestino era comandado pelos grandes fazendeiros e latifundiários, eles eram conhecidos naquela época como “CORONÉIS”. Para realizar os trabalhos em suas propriedades e produzir suas riquezas, os Coronéis exploravam a população pobre das aldeias e comunidades mais próximas das suas fazendas. Era praticamente um trabalho escravo, pois não recebiam em dinheiro mas, sim, em “vale” nos próprios armazéns de seus patrões. Os valores pagos em alimentos não eram compatíveis com o trabalho realizado mensalmente e de sol a sol, na maioria das vezes só dava para alimentar a família por uns 15 dias e o restante do mês era convertido em dívida com os Coronéis. Assim, eles eram explorados no trabalho e endividados nos armazéns a ponto de se comprometerem com seus patrões pelo resto de suas vidas. Ficavam “presos” aos latifúndios e plantações. No final do século XIX e começo do XX (início da República), começaram a surgir grupos de homens armados insatisfeitos e revoltados que resolveram lutar contra toda esta forma de dominação, eles ficaram conhecidos como cangaceiros.
Estes grupos eram motivados pelo ódio e pelo desejo de liberdade e igualdade, suas ações eram violentas, andavam em bandos armados, saqueavam fazendas e comboios, seqüestravam fazendeiros para pedir resgates e espalhavam o medo por todo o sertão nordestino. Eles eram implacáveis com os Coronéis e seus capangas, mas promoviam alguns benefícios para as classes mais pobres e oprimidas. Tinham um código de ética próprio e respeitavam e protegiam aqueles que eram partidários de seus ideais. Muitas vezes pediam ajuda nas aldeias e comunidades e eram benevolentes e agradecidos se fossem bem recebidos e ajudados; mas caso isto não acontecesse e fossem repelidos, manifestavam toda a sua raiva e incompreensão através da violência e da vingança. Não eram exatamente como o famoso Robin Wood que roubava dos ricos e distribuía aos pobres, mas tinham como objetivo punir e destituir os grandes fazendeiros e latifundiários que dominavam todo o sertão. Por agir por conta própria e através de muitos atos violentos, tornaram-se foras da lei e eram perseguidos pelas autoridades policiais. Viviam em acampamentos provisórios por todo o sertão nordestino e mudavam-se de tempos em tempos para fugir dos policiais do Governo. Como o sertão era muito quente e árido, usavam roupas e adereços de couro. Há quem diga que eram excelentes artesãos, pois eles mesmos faziam suas roupas, chapéus, botas, capas, bolsas, tudo bordado e cheios de simbolismos (lua, sol, estrelas, cruz, etc.). Tinham grandes conhecimentos sobre as fontes de água, plantas e ervas medicinais, solo, vegetação, estações climáticas, rotas de fuga e demais particularidades do sertão nordestino e da caatinga brasileira. Viviam à margem da sociedade e tinham que cuidar de sua saúde tanto no dia a dia quanto em dias de confrontos, tratavam de suas feridas com poucos recursos financeiros e utilizando o que o sertão os fornecia.

Nomes de alguns Cangaceiros mais conhecidos: Zé do Cangaço, Severino, Maria do Cangaço, Cangaceira 7 Lagoas, Maria Bonita, Chiquinho Cangaceiro, Corisco, entre outros.
Ervas dos Cangaceiros: cactus, orégano, peregum roxo, picão, pinhão roxo, valeriana, manjericão roxo, assa-peixe; babosa, erva moura, Folhas de chorão, alfazema, noz moscada, cavalinha, erva cidreira
Seu dia: terça-feira (dia do regente da linha Omulú)
Cor: branco, roxo, lilás (ou outra cor de acordo com o campo de atuação do Guia)
Oferenda: Velas brancas, roxas e lilases, flores brancas, roxas e lilases (preferência crisântemos e cravos), caju, graviola, coco verde, cajá, acerola, mangaba, banana, frutas tropicais e cítricas, rapadura, mandioca, peixe de rio, carne de sol (carne seca) com farinha e abóbora, água, cachaça, fumo de rolo, cigarro de palha
Ponto de força: locais abertos e descampados de terra e areia seca, campinas ou outros de acordo com o campo de atuação do Guia.
Saudação: Salve, Cangaceiros!
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