Os Exus
FRATERNIDADE E LUZ
Os Exus
Exus são espíritos
que já encarnaram na terra. Na sua maioria, tiveram vida difícil
como mulheres da vida; boêmios; dançarinas de cabaré, etc.
Estes
espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática da
caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda. São muito amigos, quando
tratados com respeito e carinho, são desconfiados mas gostam de ser
presenteados e sempre lembrados. Estes espíritos, assim como os Preto-velhos,
crianças e caboclos, são servidores dos Orixás.
Apesar
das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança
do Sincretismo religioso), eles não devem ser associados a prática do
"Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções
específicas e seguem as ordens de seus "patrões". Dentre
várias, duas das principais funções dos Exus são: a abertura dos caminhos e a
proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira
ou obrigações.
Desta
forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus"
dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e
etc. de seus consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos,
Preto-velhos, Crianças e Orixás), protegendo o terreiro e os médiuns,
para que a caridade possa ser praticada.
Exú é Mau?
Muitos acreditam que nossos amigos Exus são
demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se regozijam com as
desgraças que podem provocar .
Mas
por que este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido,
sincero e, sobretudo amigo é comparado com demônios das profundezas macabras
dos Infernos? Bem, para conhecer esta história vamos viajar para 6.000 anos
atrás, até a antiga Mesopotâmia.
A
Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos,
Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem
ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais, principalmente
na Europa e EUA.
Na
Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídos
aos demônios (No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso). Os Bruxos,
para combater as forças do mal tinham que conhecer o nome dos demônios e
perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O demônio mau era conhecido
genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) demônios maus é com freqüência
encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em machos e fêmeas. Tinham a
forma de meio humano e meio animal: Cabeça e tronco de homem ou mulher, cintura
e pernas de cabra e garras nas mãos. Com sede de sangue, de preferência humano,
mas aceitavam de outros animais. Os demônios freqüentavam os túmulos, caminhos
(encruzilhadas), lugares ermos, desertos, especialmente à noite.
Nem
todos eram maus, havia os demônios bons que eram evocados para combater os
maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7
(sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitérios,
encruzilhadas, casas e palácios.
Os
negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que
eram a forma deles saudarem os santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado
e jeito maroto e extrovertido, assustavam os brancos que se afastavam ou
agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por demônios.
Com
o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os
negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de
incorporação era devido a demônios.
As
cores de Exu, também reafirmaram os medos e fascinação que rondavam as pessoas
mais sensíveis.
Mas Então Quem É Exu?

Exu,
termo originário do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, divindade afro e que
representa o vigor, a energia que gira em espiral. No Brasil ,
os Senhores conhecidos como Exus, por atuarem no mistério cuja energia
prevalente é Exu, e tanto assim, em todo o resto do mundo são os verdadeiros
Guardiões das pilastras da criação. Preservando e atuando dentro do mistério
Exu.
Verdadeiros
cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos caídos representam e
são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal e
responsáveis pela estabilidade astral na escuridão. Senhores do plano negativo
atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde
percorre a humanidade.
Em
seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços e magia negra,
feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos e desobsessões retirando
os espíritos obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que
possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior.
Seu
dia é a Segunda-feira, seu patrono é Santo Antônio, em cuja data comemorativa
tem também sua comemoração. Sua bebida ritual é a cachaça, mas não é permitido
o uso de cachaça para ser ingerida dentro do terreiro durante as sessões, para
este fim, cada um tem a sua preferência.
Sua
roupa, quando lhe é permitido usá-la tem as cores preta e vermelha, podendo
também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a
qual correspondem. Completa a vestimenta o uso de cartolas (ou chapéus
diversos), capas, véus, e até mesmo bengalas e punhais em alguns casos.
A
roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo,
função, missão e localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o
uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar.
Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras. Suas irradiações
magnéticas causam sensações mórbidas e de pavor.
É
claro que em determinados lugares, eles se apresentarão de maneira diversa. Em
centros espíritas, podem aparecer como "guardas". Em caravanas
espirituais, como lanceiros. Já foi verificado que alguns se apresentam de
maneira fina: com ternos, chapéus, etc.
Eles
têm grande capacidade de mudar a aparência, podem surgir como seres horrendos,
animais grotescos, etc.
Às vezes temido, às vezes amado, mas sempre alegre,
honesto e combatente da maldade no mundo, assim é Exú.
Algumas palavras sobre os exus:
·
Tem palavra e a honram;
·
Buscam evoluir;
·
Por sua função cármica de Guardião, sofrem
com os constantes choques energéticos a que estão expostos;
·
Afastam-se daqueles que atrasam a sua
evolução;
·
Estas Entidades mostram-se sempre justas,
dificilmente demonstrando emotividade, dando-nos a impressão de serem mais
"Duras" que as demais Entidades;
·
São caridosas e trabalham nas suas
consultas, mais com os assuntos Terra a Terra;
·
Sempre estão nos lugares mais perigosos para
a Alma Humana;
·
Quando não estão em missão ou em trabalhos,
demonstram o imenso Amor e Compaixão que sentem pelos encarnados e
desencarnados;
“Pela
Misericórdia de DEUS, que me permitiu a convivência com essas Entidades desde a
adolescência, através dos mais diferentes filhos de fé, de diferentes
terreiros, aprendi a reconhecê-los e dar-lhes o justo valor. Durante todos
estes anos, dos EXÚS, POMBO-GIRAS e MIRINS recebi apenas o Bem, o Amor, a
Alegria, a Proteção, o Desbloqueio emocional, além de muitas e muitas
verdadeiras aulas de aprendizado variado. Esclareceram-me, afastando-me
gradualmente da ILUSÃO DO PODER. Nunca me pediram nada em troca. Apenas
exigiram meu próprio esforço. Mostraram-me os perigos e ensinaram-me a
reconhecer a falsidade, a ignorância e as fraquezas humanas. Torno a
repetir, jamais pediram algo para si próprios. Só recebi e só vi
neles o Bem.” – Testemunho de um Pai-de-Santo.
Exús e Kiumbas – O Combate

Os "diabos" ou demônios são seres
mitológicos, já "desvendados" pela doutrina espírita, portanto, não
existem.
Espíritos
trevosos ou obsessores são espíritos que se encontram desajustados perante a
Lei. Provocam os mais variados distúrbios morais e mentais nas pessoas, desde
pequenas confusões, até as mais duras e tristes obsessões. São espíritos que se
comprazem na prática do mal, apenas por sentirem prazer ou por vinganças,
calcadas no ódio doentio.
Aguardam, enfim, que a Lei os "recupere"
da melhor maneira possível (voluntária ou involuntariamente).
São conhecidos, pelos umbandistas, como
kiumbas. Vivem no baixo astral, onde as vibrações energéticas são densas.
Este baixo astral é uma enorme
"egrégora" formada pelos maus pensamentos e atitudes dos espíritos
encarnados ou desencarnados. Sentimentos baixos, vãs paixões, ódios, rancores,
raivas, vinganças, sensualidade desenfreada, vícios de toda estirpe, alimentam
esta faixa vibracional e os kiumbas se comprazem nisso, já que se sentem mais
fortalecidos.
O baixo astral, mesmo sendo um imenso caos,
tem diversas organizações, fortemente esquematizadas e hierarquizadas. Planos
bem elaborados, mentes prodigiosas, táticas de guerrilhas, precisões
cirúrgicas, exércitos bem aparelhados e treinados, compõe o quadro destas
organizações.
Muitas delas agem na plena certeza de
cumprirem os desígnios da Lei Divina, onde confundem a Lei da Ação e Reação com
o "olho por olho, dente por dente". Vingam-se pensando que fazem a
coisa certa.
Algumas agem no mal, mesmo sabendo que estão
contra a Lei, mas enquanto a vingança não se consumar, não haverá trégua para
os seus "inimigos". Acham que não plantam o mal, nem que a reação se
voltará mais cedo ou mais tarde.
Cada mal praticado por um espírito, o leva a
cada vez mais para "baixo". As quedas são freqüentes e provocam mais
e mais revoltas.
Alguns
espíritos caem tanto que perdem a consciência humana, transformando-se (ou
plasmando) os seus corpos astrais (perispíritos) em verdadeiras feras, animais,
bestas e assim são usados por outros espíritos como tais. Alguns se transformam
em lobos, cães, cobras, lagartos, aves, etc.
Outros
espíritos chegam ao cúmulo da queda que perdem as características humanas,
transformando os seus perispíritos em ovóides. Esta queda provoca além da perda
de energias, a perda da consciência; ficando, com isso subjugados por outros
espíritos.
Apesar
de todo este quadro, pouco esperançoso, das trevas. Mesmo sabendo que no nosso
orbe o mal prevalece sobre o bem, há também o lado da Luz, da Lei, do Bem. E
este lado é ainda mais organizado que as organizações das trevas.
Existem,
também, diversas organizações, com variados trabalhos e ações, mas com um único
objetivo de resgatar das trevas e do mal, os espíritos "caídos".
Vemos
colônias espirituais, hospitais no astral, postos avançados da Luz nos Umbrais,
caravanas de tarefeiros, correntes de cura, socorristas, etc., afeitos e
afinizados aos trabalhos dos centros espíritas. Vemos também, outros
trabalhadores espirituais, ligados aos cultos afros.
Especificamente,
na Umbanda, vemos através das Sete Linhas, vários Orixás hierarquizados.
Existem vários níveis na hierarquia dos Orixás. Começando pelos mais altos
espíritos, que estão próximos do Criador, até os Orixás Menores ou Planetários (aqueles
que são ligados e responsáveis por cada orbe, pela sua evolução).
Abaixo
destes Orixás, estão os chefes de legiões e suas hierarquias, Estes espíritos
"chefes" usam as três roupagens básicas: Caboclos, Pretos-Velhos e
Crianças.
Outras
entidades tais como: baianos, boiadeiros, marinheiros, etc., são espíritos que
compõe as sub-linhas afeitas e subordinadas às sete linhas e aos chefes de
legiões.
Alguns
caboclos, crianças ou pretos-velhos, às vezes, usam algumas destas roupagens
para determinados trabalhos ou missões.
Como
em nosso Universo (Astral) as manifestações se dividem em duas e manifestam-se
como pares: positivo-negativo, ativo-passivo, masculino-feminino, etc.
A
Umbanda, que é paralela ativa, tem como par passivo a Kimbanda (não confundir com
a kiumbanda, que é a manifestação das trevas).
A
Kimbanda, que é a força paralela passiva da Umbanda, força equilibradora da
Umbanda. A Kimbanda - São os Sete Planos Opostos da Lei, é o conjunto oposto da
Lei. Quando falamos em "oposto" à Lei, não queremos dizer aquilo que
está em desacordo à Lei, mas a maneira oposta de como a Lei é aplicada. Na
Kimbanda que os Exus se manifestam, a Kimbanda, portanto é o "reino"
dos Exus.
Os
Exus são os "mensageiros" dos Orixás aqui na Terra. Através deles, os
Orixás podem se manifestar nas trevas. Então, para cada chefe de falange,
sub-chefe, etc., na Umbanda, temos uma entidade correspondente (ou par) na
Kimbanda.
Os
exus são considerados como "policiais” que agem pela Lei, no submundo do
"crime" organizado. As "equipes" de Exus sempre estão
nestas zonas infernais, mas, não vivem nela. Passam a maior parte do tempo
nela, mas, não fazem parte dela. Devido a esta característica, os Exus, são
confundidos com os kiumbas. Videntes os vêem nestes lugares e erroneamente dizem
que eles são de lá.
Método e Atuação dos Exus
A
maneira dos Exus atuarem, às vezes nos choca, pois achamos que eles devem ser
caridosos, benevolentes, etc. Mas, como podemos tratar mentes transviadas no
mal? Os exus usam as ferramentas que sabem usar: a força, o medo, as magias, as
capturas, etc. Os métodos podem parecer, para nós, um pouco sem
"amor", mas eles sabem como agir quando necessitam que a Lei chegue às
trevas.
Eles
ajudam aqueles que querem retornar à Luz, mas não auxiliam aqueles que querem
"cair" nas trevas. Quando a Lei deve ser executada, Eles a executam
da melhor maneira possível doa a quem doer.
Os
exus, como executores da Lei e do Karma, esgotam os vícios humanos, de maneira
intensiva. Às vezes, um veneno é combatido com o próprio veneno, como se fosse
a picada de uma cobra venenosa. Assim, muitos vícios e desvios, são combatidos
com eles mesmos. Um exemplo, para ilustrar:
Uma
pessoa quando está desequilibrada no campo da fé, precisa de um tratamento de
choque. Normalmente ela, após muitas quedas, recorre a uma religião e torna-se
fanática, ou seja, ela esgota o seu desequilíbrio, com outro desequilíbrio: a
falta de fé com o fanatismo. Parece um paradoxo? Sim, parece, mas é
extremamente necessário.
Outro
exemplo é o vicio as drogas, onde é preciso de algo maior para esgotar este
vicio: ou a prisão, a morte, uma doença, etc.
A
Lei é sempre justa, às vezes somente um tratamento de choque remove um espírito
do mau caminho. E são os exus que aplicam o antídoto para os diversos venenos.
Os
Exus estão ligados de maneira intensiva com os assuntos terra-a-terra
(dinheiro, disputas, sexo, etc.). Quando a Lei permite, Eles atendem aos
diversos pedidos materiais dos encarnados.
Os
Exus tem sob o domínio todas as energias livres, contidas em: sangue,
cadáveres, esperma, etc.
Por
isso, seus campos de atuação são: cemitérios, matadouros, prostíbulos, boates,
necrotérios, etc. Eles lá estão, porque frenam (bloqueiam) as investidas dos
kiumbas e espíritos endurecidos que se comprazem nos vícios e na matéria.
Os
kiumbas, seres astutos, conseguem se manifestar como um Exu, num terreiro muito
preso às magias negras e assuntos que nada trazem elevação espiritual. Ao se
manifestarem, pedem inúmeras oferendas, trabalhos, despachos, em troca destes
favores fúteis. Normalmente eles pedem muito sangue, bebidas alcóolicas e fumo.
Chegam a enganar tanto (ou fascinar) que fazem as mulheres que procuram estes
"terreiros", pagarem as suas "contas" fazendo sexo com o
médium "deles". Ou seja, eles vampirizam o casal, quando o ato sexual
se efetua.
Mas,
e os verdadeiros exus deixam?
É
uma pergunta que comumente fazemos, quando estes disparates ocorrem.
Os
exus permitem isso, para darem lição nestes falsos chefes de terreiros ou
médiuns. Como foi dito, os métodos dos exus, para fazer com que a Lei se
cumpra, são variados.
Muitas
vezes, também, a obsessão é tão grande e profunda que os exus, não podem
separar de uma só vez obsedado e obsessor, pois isso causaria a ambos um
prejuízo enorme.
Outras
vezes, os exus, deixam que isso aconteça, para criar "armadilhas"
contra os kiumbas, que uma vez instalados nos terreiros, são facilmente
capturados e assim, após um interrogatório, podem revelar segredos de suas
organizações, que logo em seguida, são desmanteladas. Alguns terreiros, depois
disso, são também desmantelados pelas ações dos exus, causando doenças que
afastam os médiuns, as pessoas, etc.
Existem
algumas coisas com as quais um guia da direita (caboclo, preto-velho e criança)
não lida, mas quando se pede a um Exu, ele vai até essa sujeira, entra e tira a
pessoa do apuro.
Se
tiver alguém para te assaltar ou te matar, os Exus te ajudam a se livrar de
tais problemas, desviando o bandido do seu caminho, da mesma forma a
Pomba-Gira, não rouba homem ou traz mulher para ninguém, são espíritos que
conhecem o coração e os sentimentos dos seres humanos e podem ajudar a resolver
problemas conjugais e sentimentais.
Para
finalizar, se você vier pedir a um Exú de Lei (de verdade) para prejudicar
alguém, pode estar certo que você será o primeiro a levar a execução da
Justiça. Mas, se você não estiver em um centro sério, e a entidade
travestida ou disfarçada de Exú aceitar o seu pedido... Bom, quando esta vida
terminar, e você for para o outro lado... Você será apenas cobrado!
Devemos oferendar aos exus?
Os
exus, como já foi dito, atuam intensamente no submundo astral. Grandes batalhas
são travadas entre o bem e o mal. Muita energia é despendida nestas investidas
e os exus, por atuarem assim, acabam gastando enormemente as suas reservas energéticas.
Depois
de vários "dias" trabalhando, eles se recolhem em seus
"quartéis" e repõem parte destas energias e aproveitam e estudam,
discutem novas táticas, etc.
Quando
fazemos alguma oferenda para os Exus, eles "capturam" as energias dos
elementos oferendados, ou a parte etérica e "recarregam as suas
baterias".
Mas, se o exu é um espírito, porque ele
precisa de oferendas materiais ?
Como
eles estão ligados ao terra-a-terra e ao sub-mundo astral que é muito denso, os
exus precisam retirar dos elementos materiais a energia que gastaram em seus
trabalhos.
Quais elementos podemos oferendar ?
Devemos
tomar muito cuidado com o que oferendamos, pois, os elementos mais densos
(sangue, carne, cadáveres, ossos), são atratores de espíritos endurecidos, que sentem
necessidade de elementos materiais. Portanto, é melhor manipular elementos sutis
nas oferendas (frutas, incensos, ervas, etc.)
Posso então oferecer um animal sacrificado
para um exu?
Pensemos
bem, um animal inocente, tem que pagar, com a vida para que possamos reabilitar
a nossa ligação com um exu?
Creio
que não devemos destruir uma vida por isso. Para harmonizar algo devemos
desarmonizar outro? Não há muita lógica
nisso.
O
sangue, por ter um alto teor energético, com certeza restauraria rapidamente as
"baterias" de um exu.
Mas,
além deste aspecto pouco prático que é o sacrifício de um pobre animal, devemos
considerar mais duas coisas:
1.
Os inimigos da Umbanda, sempre se apegam a
este tipo de oferenda para dizer que é uma religião demoníaca. Quando uma
pessoa passa em frente a um despacho numa encruzilhada, aquela cena causa-lhe
desagradáveis sensações e os seus pensamentos negativos vão se juntar à
egrégora negativa já criada com um despacho.
2.
Oferendas com sangue ou carne, atraem muitos
kiumbas, às vezes, impedindo que o próprio exu se aproxime, portanto, estaremos
alimentando os vícios destes espíritos.
Resumindo,
é melhor não utilizar e manipular este tipo de elemento em oferendas, ebós,
sacudimentos, etc., pois os resultados podem ser negativos e prejudiciais. Além disso, a verdadeira oferenda tem a
principal função de reenergizar ou sublimar o próprio médium. Então, o
melhor é oferendar elementos não densos, tais como frutas, ervas, velas,
incensos, etc.
Lembremos
ainda que a UMBANDA não aceita o sacrifício de animais.
As Pombo-Giras
O
termo Pombo-Gira é corruptela do termo "Bombogira" que significa em
Nagô, Exu.
A
origem do termo Pomba-Gira, também é encontrada na história.
No
passado, ocorreu uma luta entre a ordem dórica e a ordem iônica. A primeira
guardava a tradição e seus puros conhecimentos. Já a iônica tinha-os totalmente
deturpados. O símbolo desta ordem era uma pomba-vermelha, a pomba de Yona. Como
estes contribuíram para a deturpação da tradição e foi uma ordem formada em sua
maioria por mulheres, daí a associação.
Se
Exu já é mal interpretado, confundindo-o com o Diabo, quem dirá a Pomba-Gira?
Dizem que Pomba-Gira é uma mulher da rua, uma prostituta. Que Pomba-Gira é
mulher de Sete Exus! As distorções e preconceitos são características dos seres
humanos, quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou
materializar conceitos abstratos, distorcendo-os.
Pombo-Gira
é um Exu Feminino, na verdade, dos Sete Exus Chefes de Legião, apenas um Exu é
feminino, ou seja, ocorreu uma inversão destes conceitos, dizendo que a Pombo-gira
é mulher de Sete Exus e, por isso, prostituta.
É
claro que em alguns casos, podem ocorrer que uma delas, em alguma encarnação
tivesse sido uma prostituta, mas, isso não significa que as pombo-giras tenham
sido todas prostitutas e que assim agem.
A
função das pombo-giras, está relacionada à sensualidade. Elas frenam os desvios
sexuais dos seres humanos, direcionam as energias sexuais para a construção e
evitam as destruições.
A
sensualidade desenfreada é um dos "sete pecados capitais" que
destroem o homem: a volúpia. Este vicio é alimentado tanto pelos encarnados,
quanto pelos desencarnados, criando um ciclo ininterrupto, caso as pombo-giras
não atuassem neste campo emocional.
As pombo-giras são
grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São, como qualquer exu,
executoras da Lei e do Karma.
Cabe
a elas esgotar os vícios ligados ao sexo. Quando um espírito é extremamente
viciado ao sexo, elas, às vezes, dão a ele "overdoses" de sexo, para
esgotá-lo de uma vez por todas.
Elas,
ao se manifestarem, carregam em si, grande energia sensual, não significa que
elas sejam desequilibradas, mas sim que elas recorrem a este expediente para
"descarregar" o ambiente deste tipo de energia negativa.
São
espíritos alegres e gostam de conversar sobre a vida. São astutas, pois
conhecem a maioria das más intenções.
Devemos
conhecer cada vez mais o trabalho dos guardiões, pois eles estão do lado da Lei
e não contra ela. Vamos encará-los de maneira racional e não como
bichos-papões. Eles estão sempre dispostos ao esclarecimento. Através de uma
conversa franca, honesta e respeitosa, podemos aprender muito com eles.
Agora, eu te
pergunto: o que você sente ao ser incorporado pelo teu Exú?
Pense e depois me diga, se o que você sente não é uma poderosa força neutra que
te retesa o corpo e as mãos. Você não sente ódio, rancor, maldade,
perversidade, desejo de vingança, enfim, nada da caracterização de um ser
monstruoso que alguns pensam ser nossos irmãos Exus. Não se esqueça que
Exú muitas vezes é chamado de ”Compadre”, ou seja, aquele em quem você confia
tanto, a ponto de dar seu filho para batizar.
Observe
que, comportamentos negativos como a agressividade e sensualidade exageradas
demonstradas em determinadas incorporações podem ser derivadas do próprio
médium. Se forem, o médium deve buscar conhecer e resolver o próprio
problema.
Exús são demônios?

Estão
acima dos princípios do bem e do mal. Tem-se que entender que
"demônio" vem do grego "demo". Termo utilizado por Sócrates
para definir "espírito" e "alma". Por sua vez, em função
dos valores "do bem e do mal", pelo fato de vivermos no mundo da
forma, precisou-se estereotipar este "mal". Na realidade, "os
demônios" estão dentro de cada um.
Com
relação aos espetáculos, que certas religiões mostram na televisão, com
incorporação de “Exus” que dizem querer destruir a vida dos encarnados; podem
até ocorrer manifestações mediúnicas, mas com certeza não são os Verdadeiros
Exus da Umbanda que conhecemos. E sim os obsessores, vampirizadores e
Kiumbas que usando o nome dos Exus, que os combatem, tentam marginalizá-los e
difamá-los junto ao povo, que em geral não tem acesso a uma informação completa
sobre a natureza dos nossos irmãos Exus.
Outro
fato muitíssimo importante, que ocorre em centros não sérios, é a manifestação
de uma kiumba passando-se por uma Pombo-gira. Deve-se tomar muito cuidado, pois
certamente ela estará apenas vampirizando as emanações sensuais do médium,
podendo prejudicá-lo seriamente.
Vale
lembrar que às vezes, um consulente pode ficar fascinado ou encantado com uma
Pombo-gira. O que fazer então?
"Orai
e vigiai" é o lema de todo médium. Devemos estar atentos não com os vícios
alheios, mas com os nossos. Devemos direcionar as energias desequilibrantes e
transformá-las em energias salutares, em ações benéficas.
Resumindo,
EXU NÃO É O DIABO!!!
Basicamente
existem três correntes de pensamento, que tentam explicar o nascedouro do
vocábulo “Exu”.
1.
A primeira corrente afirma que a palavra Exu
seria uma corruptela ou distorção dos nomes Esseiá/Essuiá, significando lado
oposto ou outro lado da margem, nomenclatura dada a espíritos desgarrados que
foram arrebanhados para a Lemúria, continente que teria existido no planeta
Terra.
2.
A Segunda corrente assevera que o nome Exu
seria uma variante do termo Yrshu, nome do filho mais moço do imperador Ugra,
na Índia antiga. Yrshu, aspirando ao poder, rebelou-se contra os ensinamentos e
preceitos preconizados pelos Magos Brancos do império. Foi totalmente dominado
e banido com seus seguidores do território indiano. Daí adveio a relação Yrshu
/ Exu, como sinônimo de povo banido, expatriado. Saliente-se que entre os
hebreus encontramos o termo Exud, originário do sânscrito, significando também
povo banido.
3.
A terceira corrente afirma que o nome Exu é
de origem africana e quer dizer Esfera.
Ainda
hoje, apesar dos esforços direcionados a um maior estudo no meio umbandista, os
Exus são tidos, pelos que não conhecem suas origens e atribuições, como a
personificação individualizada do mal, o diabo incorporado. Tal imagem é fruto
de más interpretações dadas por pessoas que, não tendo a devida cautela em
avaliar fatos e objetos de culto, passaram a conferir aos Exus o título de
mensageiros das trevas.
Esta
imagem pejorativa de Exu-Orixá foi erroneamente absorvida e difundida por
alguns umbandistas, sobretudo aqueles que tiveram passagem por cultos
africanistas, o que fez com que uma gama de espíritos de certa evolução que
vieram à Umbanda desempenhar funções mais terra-a-terra, fossem equiparados a
falangeiros do mal, sendo até hoje os Exus simbolizados por figuras grotescas,
com chifres, rabos, pés de bode, tridentes, sendo tal imagem do mal pertinente
a outros segmentos religiosos.

São
os Exus que freiam as ações malévolas dos obsessores que atormentam os humanos
no dia-a-dia. São os vigilantes ostensivos, a tropa de choque que está alerta
contra os kiumbas, prendendo-os e encaminhando-os à Colônias de Regeneração ou
Prisões Astrais.
Em
algumas ocasiões baixam em templos de Umbanda, ou mesmo em templos de outras
religiões, espíritos que tumultuam o ambiente, promovendo espetáculos
circenses, galhofas, e se comportando de maneira deselegante para com os
presentes, xingando-os e proferindo palavras de baixo calão. Comportamento como
estes não devem ser imputados aos Exus, e sim aos Kiumbas, espíritos moralmente
atrofiados e que ainda não compreenderam a imutável Lei de Evolução, apegados
que estão aos vícios, desejos e sentimentos humanos.
Os
Kiumbas, para penetrarem nos terreiros, fingem ser Caboclos, Pretos-Velhos,
Exus, Crianças etc., cabendo ao Guia-chefe da Casa estar sempre vigilante ante
a determinadas condutas, como palavrões, exibições bizarras, ameaças etc.
Um
outro aspecto importante que merece ser suscitado diz respeito a alguns
"médiuns" infiltrados no movimento umbandista. Despidos das
qualidades nobres que o ser humano necessita buscar para seu progresso
espiritual, contaminam e desarmonizam os locais de trabalhos espirituais.
Tentam impressionar os menos esclarecidos com gracejos, malabarismos, convites
imorais, encharcados de aguardente.
"Desincorporados",
atribuem aos Exus e Pombo-giras tais comportamentos.
Fatos
como estes são afetos a pessoas sem escrúpulos, moral ou ética, pessoas
perniciosas que aproveitam a imagem distorcida de Exu para exteriorizarem o seu
verdadeiro "eu". Estes "médiuns", não raras vezes, acabando
caindo no ridículo, ficam desacreditados, dando margem, segundo a Lei de
Afinidades, a aproximação e posterior tormento por parte dos obsessores.
Os
Exus são espíritos que, como nós, buscam a evolução, a elevação, empenhando-se
o mais que podem para aplicarem as diretrizes traçadas pelo Mestre Jesus. É bem
verdade que em seu estágio inicial os Exus ainda têm um comportamento às vezes
instável, cabendo aos verdadeiros umbandistas o dever de não deixar que se
desvirtuem de seu avanço espiritual.
Alguns
maus-Umbandistas, que se não agem por má-fé, o fazem por falta de vontade de
estudar a respeito, difundem esta visão negativa de Exu, fazendo com que os
iniciantes no culto fiquem temerosos quando um Exu se manifesta.
Estes
elementos prestam um desserviço à religião, promovendo o terror, a obscuridade,
o conflito, a confusão. Diminuem os Exus à condição de espíritos interesseiros,
astutos e cruéis; que são maus para uns e bons para outros, dependendo dos
agrados ou presentes que recebam; de moral duvidosa, fumando os melhores
charutos e bebendo os melhores uísques.
A
que ponto pode chegar a ignorância humana em visualizar estes seres espirituais
como meros negociantes ilícitos, fazendo dos terreiros balcão de negócios, em
total dissonância com o bom senso e a Lei Suprema.
“Lamentável!!!
Profundamente lamentável!!!”
Esta é uma das expressões que mais passam pela
mente dos verdadeiros e estudiosos umbandistas ao percorrerem alguns terreiros
e verificar quão distorcido é o conceito sobre a figura dos Exus. Espíritos mal
compreendidos, mas que, apesar disto, continuam a contribuir eficazmente para
os trabalhos de Umbanda, como humildes trabalhadores espirituais, que não medem
esforços para minorar o sofrimento humano.
Você Aprendeu:
Quem são os Exús. Exú é mau?
A diferença entre Exu e Kiumba. O método e a atuação dos Exus. Se devemos ou
não oferendar aos Exus. Sobre o porquê de não usar sacrifício animal para
oferecer a Exu. Quem são as pombo-giras. Como elas trabalham. De onde veio a
palavra “Exú”.
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