Logum Edé
FRATERNIDADE E LUZ
Logum Edé
Logum Edé à filho de Oxossi
e de Oxum. É mulher durante seis meses, vivendo na água, e nos outros seis
meses é homem, vivendo no mato, propicia a caça e a pesca. Quando em seu
aspecto feminino, veste-se com saia cor-de-rosa, usa uma coroa de metal dourado
(não o Adé das rainhas), um arco e uma flecha. Com seu aspecto masculino usa
capacete de metal dourado, capangas, arco e flecha ou espada. Só se veste com
cores claras. Sempre acompanha na dança Oxum e
Oxossi.
Um Orixá essencialmente Ijexá (da Nigéria). Caçador
e pescador. Sendo filho de Oxossi e Oxum, assume características de ambos. É
dito que ele vive metade do ano nas matas - domínio do pai, comendo caça; e a
outra metade nas águas doces - domínio da mãe, comendo peixe.
No Brasil tem numerosos
adeptos.Logun-Edé, é o ponto de encontro entre os rios e florestas, as
barrancas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre as lagoas, que se
espalha nos dias quentes pelas florestas. Logum Edé representa o encontro de
naturezas distintas sem que ambas percam suas características. É filho de
Oxossi Inlé com Oxum Yeyeponda. Assim, tornou-se o amado, doce e respeitado
príncipe das matas e dos rios, e tudo que alimenta os homens, como as plantas,
peixes e outros animais, sendo considerado então o dono da riqueza e da beleza
masculina.
É considerado o príncipe dos
orixás. Tem a astúcia dos caçadores e a paciência dos pescadores como
principais virtudes.
Dizem os mitos que sendo
Oxossi e Oxum extremamente vaidosos, não puderam viver juntos, pois competiam
pelo prestígio e admiração das pessoas e terminaram separando-se. Ficou
combinado entre eles que Logun-Edé viveria seis meses nas águas dos rios com
Oxum e seis meses nas matas, com seu pai Oxossi. Ambos ensinariam a Logum Edé a
natureza dos seus domínios. Ele seria poderoso e rico, além de belo.
No entanto, o hábito da espreita aprendido
com seu pai, fez com que, um dia, curioso a respeito da beleza do corpo de sua
mãe, de que tanto se falava nos reinos das águas, Logun-Edé vestindo-se de
mulher fosse espiá-la no banho. Como Oxum estivesse vivendo seu romance com
Xangô, tio de Logum Edé, e Xangô tivesse exigido como condição do casamento que
ela se livrasse de Logum Edé, Oxum aproveitou a oportunidade para punir Logum
Edé com sua transformação num orixá meji (hermafrodita) e abandoná-lo na beira
do rio. Iansã o encontra, e fascinada pela beleza da criança leva Logum Edé
para casa onde, juntamente com Ogum, passa a criá-lo e educá-lo.
Com Ogum Logun-Edé aprendeu
a arte da guerra e da forja e com Iansã o amor à liberdade. Diz o mito que
Logum Edé tinha tudo, menos amor das mulheres, pois mesmo Iansã, quando roubada
de Ogum por Xangô, abandona Logum Edé com seu tio, criando assim um profundo
antagonismo entre Xangô e Logum Edé, já que por duas vezes Xangô lhe tira a
mãe.
Logum Edé nunca se casou,
devido a seu caráter infantil e hermafrodita e sua companhia predileta é Ewá,
que também vive, como ele, solitária e no limite de dois mundos diferentes.
Possui o conhecimento dos
elementos da natureza, onde reinam seus pais, como florestas, matas, rios,
cachoeiras, etc. Seu próprio domínio está situado nas margens de rios, córregos
e cursos d’água em geral, desde que tenham vegetação, ou seja, o encontro dos
dois reinados.
Na verdade, esse orixá tem
livre acesso aos dois reinados, adquirindo o conhecimento de ambos. Consegue
adaptar-se, com facilidade, aos mais diversos ambientes, agindo e
comportando-se de diferentes formas, dependendo da situação.
Ele herdou, também, muitas
das características de seus pais, como a habilidade de caçar e conseguir
fortuna, o encanto e a beleza, bem como um grande conhecimento de feitiçaria,
como sua mãe. Além desses atributos, é, também, responsável pela fertilização
das terras, através da irrigação, contribuindo, assim, com a agricultura.
Esse orixá possui muita
riqueza e sabedoria, não admitindo a imperfeição em suas oferendas e rituais.
Tem aparência doce e calma, mas, quando contrariado, torna-se muito enfurecido.
Uma outra característica de
Logum Edé é a de importar-se com o sofrimento dos outros, distribuindo riquezas
e caças para os que não têm.
Características
Cor
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Azul
Celeste com Amarelo
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Fio
de Contas
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Contas
e Miçangas de Cristal Azul Celeste e Amarelo
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Ervas
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As
mesmas de Oxum e Oxossi
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Símbolo
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Abebê
e Ofá
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Pontos
da Natureza
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Margens
dos rios que ficam na mata.
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Flores
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As
mesmas de Oxum e Oxossi
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Essências
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As
mesmas de Oxum e Oxossi
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Pedras
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Turquesa,
Topázio
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Metal
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Latão
e Ouro
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Saúde
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problemas
nos órgãos localizados na cabeça, problemas respiratórios
|
Planeta
|
-
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Dia
da Semana
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quinta-feira
e sábado
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Elemento
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Água
e Terra
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Chakra
|
-
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Saudação
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Lossi
Lossi Logum Edé
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Bebida
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As
mesmas de Oxum e Oxossi
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Animais
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cavalo
marinho
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Comidas
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As
mesmas de Oxum e Oxossi
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Numero
|
-
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Data
Comemorativa
|
19
de Abril
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Sincretismo
|
santo
expedito
|
Incompatibilidades
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Cor
Vermelha ou Marrom, cabeça de bicho, abacaxi
|
Atribuições
Dá alegria, sorte e beleza;
protege os que trabalham com águas.
Lendas
De Logum Edé
Logum Edé é salvo das águas
Oxum proibiu Logum Edé de
brincar nas águas fundas, pois os rios eram traiçoeiros para uma criança de sua
idade. Mas Logum Edé era curioso e vaidoso como os pais. Logum Edé não obedecia
à mãe. Um dia Logum Edé nadou rio adentro, para bem longe da margem. Obá, dona
daquele rio, para vingar-se de Oxum, com quem mantinha antigas querelas,
começou a afogar Logum Edé. Oxum ficou desesperada e pediu a Orumilá que lhe
salvasse o filho, que a amparasse no seu desespero de mãe. Orumilá que sempre
atendia à filha de Oxalá, retirou o príncipe das águas traiçoeiras e o trouxe
de volta à terra. Então deu-lhe a missão de proteger os pescadores e a todos
que vivessem das águas doces. Alguns dizem que Iansã foi quem retirou Logum Edé
da água e terminou de criá-lo juntamente com Ogum.
Logum Edé - O Orixá da
Magia e da Boa Sorte
Estava Oxossi o rei da caça
a caminhar por um lindo bosque em companhia de sua amada esposa Oxum, dona da
beleza da riqueza e portadora dos segredos da maternidade.
Quando de seu passeio, foi
avistado por Oxum um lindo menino que estava a beira do caminho a chorar,
encontrando-se perdido. Oxum de pronto agrado, acolheu e amparou o
garoto, onde surgiu nesse exato momento uma grande identificação, entre ele,
Oxum e Oxossi. Durante muitos anos Oxum e Oxossi, cuidaram e protegeram-lhe,
sendo que, Oxum procurou durante todo esse tempo a mãe do menino, porém sem
sucesso, resolveu tê-lo como próprio filho. O tempo foi passando e Oxossi,
vestiu o menino com roupas de caça e ornamentou-o com pele de animais,
proveniente de suas caçadas. Ensinou a arte da caça, de como manejar e empunhar
o arco e a flecha, ensinou os princípios da fraternidade para com as pessoas e
o dom do plantio e da colheita, ensinou a ser audaz e a ter paciência, a arte e
a leveza, a astúcia e a destreza, provenientes de um verdadeiro caçador. Oxum
por sua fez, ensinou ao garoto o dom da beleza, o dom da elegância e da
vaidade, ensinou a arte da feitiçaria, o poder da sedução, a viver e sobreviver
sobre o mundo das águas doces, ensinou seus segredos e mistérios. Foi batizado
por sua mãe e por seu pai de Logum Edé, o príncipe das matas e o caçador sobre
as águas. Viveu durante anos sobre a proteção de pai e mãe, tornando-se um só,
aprendendo a ser homem, justo e bondoso, herdando a riqueza de Oxum e a fartura
de Oxossi, adquirindo princípios de um e de outro, tornando-se herdeiro até nos
dias de hoje de tudo que seu pai Oxossi carrega e sua mãe Oxum leva. Esse é
Logum Edé.
Logum Edé ganha domínio dado por Olorum
No início dos tempos, cada
orixá dominava um elemento da natureza, não permitindo que nada, nem ninguém, o
invadisse. Guardavam sua sabedoria como a um tesouro. É nesse contexto que
vivia a mãe das água doces, Oxum, e o grande caçador Oxossi. Esses dois orixás
constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que
eram muito próximos. Oxossi ficava extremamente irritado quando o volume
das águas aumentavam e transbordavam de seus recipientes naturais, fazendo
alagar toda a floresta.
Oxum argumentava, junto a ele,
que sua água era necessária à irrigação e fertilização da terra, missão que
recebera de Olorum. Oxossi não lhe dava ouvidos, dizendo que sua caça iria
desaparecer com a inundação. Olorum resolveu intervir nessa guerra,
separando bruscamente esses reinados, para tentar apaziguá-los. A floresta
de Oxossi logo começou a sentir os efeitos da ausência das águas. A vegetação,
que era exuberante, começou a secar, pois a terra não era mais fértil. Os
animais não conseguiam encontrar comida e faltava água para beber. A mata
estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais raras. Oxossi não se
desesperou, achando que poderia encontrar alimento em outro lugar. Oxum,
por sua vez, sentia-se muito só, sem a companhia das plantas e dos animais da
floresta, mas também não se abalava, pois ainda podia contar com a companhia de
seus filhos peixes para confortá-la.
Oxossi andou pelas matas e
florestas da Terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar algum. Em todos
os lugares encontrava o mesmo cenário desolador. A floresta estava morrendo e
ele não podia fazer nada. Desesperado, foi até Olorum pedir ajuda para salvar
seu reinado, que estava definhando. O maior sábio de todos explicou-lhe que a
falta d’água estava matando a floresta, mas não poderia ajudá-lo, pois o que
fez foi necessário para acabar com a guerra. A única salvação era a
reconciliação. Oxossi, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar Oxum,
propondo a ela uma trégua. Como era de costume, ela não aceitou a proposta na
primeira tentativa. Oxum queria que Oxossi se desculpasse, reconhecendo suas
qualidades. Ele, então, compreendeu que seus reinos não poderiam sobreviver
separados, unindo-se novamente, com a benção de Olorum.
Dessa união nasceu um novo
orixá, um orixá príncipe, Logum Edé, que iria consolidar esse
"casamento", bem como abrandar os ímpetos de seus pais. Logum Edé
sempre ficou entre os dois, fixando-se nas margens das águas, onde havia uma
vegetação abundante. Sua intervenção era importante para evitar as cheias, bem
como a estiagem prolongada. Ele procurava manter o equilíbrio da natureza,
agindo sempre da melhor maneira para estabelecer a paz e a
fertilidade. Conta uma outra lenda que as terras e as águas estavam no
mesmo nível, não havendo limites definidos. Logum Edé, que transitava
livremente por esses dois domínios, sempre tropeçava quando passava de um
reinado para o outro. Esses acidentes deixavam Logum Edé muito
irritado. Um dia, após ter ficado seis meses vivendo na água, tentou fazer
a transição para o reinado de seu pai, mas não conseguiu, pois a terra estava
muito escorregadia. Voltou, então, para o fundo do rio, onde começou a cavar
freneticamente, com a intenção de suavizar a passagem da água para a terra. Com
essa escavação, machucou suas mãos, pés e cabeça, mas conseguiu fazer uma
passagem, que tornou mais fácil sua transição. Logum Edé criou, assim, as
margens dos rios e córregos, onde passou a dominar. Por esse motivo, suas
oferendas são bem aceitas nesse local.
Logum Edé Rouba Segredos De Oxalá
Logum Edé era um caçador
solitário e infeliz, mas orgulhoso. Era um caçador pretensioso e ganancioso, e
muitos os bajulavam pela sua formosura. Um dia Oxalá conheceu Logum Edé e o
levou para viver em sua casa sob sua proteção. Deu a ele companhia, sabedoria e
compreensão. Mas Logum Edé queria mais, queria muito mais...
E roubou alguns segredos de
Oxalá. Segredos que Oxalá deixara à mostra, confiando na honestidade de Logum
Edé. O caçador guardou seu furto num embornal a tiracolo, seu adô. Deu as
costas a Oxalá e fugiu. Não tardou para Oxalá dar-se conta da traição do
caçador que levara seus segredos. Oxalá fez todos os sacrifícios que cabia
oferecer e muito calmamente sentenciou que toda a vez que Logum Edé usasse um
dos seus segredos todos haveriam de dizer sobre o prodígio:
"Que maravilha o
milagre de Oxalá!". Toda a vez que usasse seus segredos alguma arte não
roubada ia faltar.
Oxalá imaginou o caçador
sendo castigado e compreendeu que era pequena a pena imposta. O caçador era
presumido e ganancioso, acostumado a angariar bajulação. Oxalá determinou que
Logum Edé fosse homem num período e no outro depois fosse mulher. Nunca haveria
assim de ser completo. Parte do tempo habitaria a floresta vivendo de caça, e
noutro tempo, no rio, comendo peixe. Começar sempre de novo era sua sina. Mas a
sentença era ainda nada para o tamanho do orgulho de Logum Edé. Para que o
castigo durasse a eternidade, Oxalá fez de Logum Edé um orixá.
Você Aprendeu:
Sobre o Orixá Logum Edé; As principais
características de Oxalá; Quais suas atribuições; Algumas Lendas de Logum Edé.
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